Se você tem investimentos no exterior por meio de uma offshore, o Imposto de Renda de 2025 pode trazer uma novidade nada agradável: tributação sobre lucros não distribuídos.
Isso mesmo. Pela primeira vez, brasileiros com empresas no exterior terão que pagar imposto sobre rendimentos mesmo que esses valores não tenham sido resgatados ou movimentados.
Neste artigo, explicaremos o que mudou com a nova legislação, o que você precisa declarar, quais regimes fiscais são possíveis e como evitar dores de cabeça com o Fisco.

O que mudou com a nova lei?
A mudança veio com a Lei nº 14.754/2023, que pôs fim ao diferimento fiscal para lucros de offshores e instituiu a chamada tributação periódica anual para entidades controladas no exterior.
Na prática, isso significa que pessoas físicas brasileiras passam a pagar imposto anualmente sobre os lucros das offshores, mesmo que esses lucros não tenham sido distribuídos.
Antes, a tributação só ocorria quando o dinheiro efetivamente entrava no bolso do investidor. Agora, os lucros apurados no balanço contábil da empresa passam a ser tributados em 31 de dezembro de cada ano.
Tributação de offshore: qual regime escolher?
A lei oferece duas opções de tributação: regime transparente e regime opaco. Cada um tem implicações diferentes para quem declara.
- Regime opaco:
– A empresa offshore é tratada como uma entidade separada da pessoa física.
– Os lucros apurados no balanço contábil da empresa, ainda que não distribuídos, são tributados.
– Alíquota fixa de 15%, aplicada sobre o lucro líquido.
– A variação cambial não é considerada no cálculo do imposto.
– Deve-se reportar o lucro na DIRPF e também na ficha de Bens e Direitos, como ‘crédito de dividendos a receber’.
A maioria dos donos de grandes fortunas optou por esse regime justamente por evitar tributação sobre ganhos cambiais — que foram expressivos em 2024 com a alta do dólar.
- Regime transparente:
– O contribuinte declara os ativos da offshore como se fossem seus próprios bens.
– A tributação ocorre somente no momento da venda ou liquidação do investimento.
– A variação cambial entra no cálculo do ganho.
– As dívidas da offshore devem ser informadas com valor zero, na ficha de Dívidas e Ônus Reais.
Esse modelo é mais indicado para quem deseja adotar uma estrutura simplificada, embora envolva maior exposição à variação cambial.

Como fica a declaração no Imposto de Renda?
A obrigatoriedade de declarar os lucros apurados em 2024 já vale para este ano. O prazo para envio da declaração vai até 31 de maio de 2025, e o valor do lucro deve estar detalhado na ficha de Bens e Direitos como crédito de dividendos a receber, mesmo que não tenha sido sacado.
Além disso, quem tem mais de US$ 1 milhão no exterior precisa enviar à Receita e ao Banco Central o balanço da empresa offshore até 5 de abril.
Por que o valor do imposto pode ser mais alto do que você imagina?
Muitos investidores estão se surpreendendo com o valor do imposto a pagar, e isso se deve principalmente a dois fatores.
O primeiro é o alto desempenho dos investimentos internacionais em 2024: o índice Nasdaq teve valorização de 30%, o S&P 500 subiu mais de 23%, as treasuries americanas entregaram retorno acima de 4% ao ano e, no geral, carteiras globais — conservadoras ou arrojadas — renderam em média 10%.
O segundo fator é a disparada do dólar no fim do ano, que fechou em R$ 6,19 no dia 31 de dezembro de 2024 — exatamente a data usada como base para o cálculo do imposto.
Resultado: mesmo sem realizar os lucros, muitos investidores verão um aumento significativo no valor devido.
E as offshores com viés sucessório?
Além da diversificação, muitas pessoas utilizam offshores para facilitar o planejamento sucessório. Isso porque concentrar ativos estrangeiros em uma única companhia pode evitar a abertura de inventários múltiplos em diferentes países, simplificando a transmissão patrimonial.
Com a nova legislação, é importante revisar se o regime de tributação escolhido continua fazendo sentido dentro da estratégia sucessória e patrimonial da família.
Como a Gennesys pode ajudar
A nova regra de tributação para offshores torna ainda mais essencial ter uma estrutura bem planejada, segura e alinhada ao seu perfil e objetivos.
Na Gennesys, oferecemos consultoria completa para estruturação offshore, com inteligência tributária, compliance, planejamento sucessório e suporte na entrega da declaração de IR — sempre com foco em eficiência e segurança.
Nosso time acompanha de perto cada mudança regulatória para orientar nossos clientes com clareza e antecipação.
Conclusão
Se você possui offshore, este é o momento de agir com estratégia. A nova legislação muda o jogo da tributação internacional para brasileiros, e quem estiver bem assessorado pode tomar decisões mais inteligentes evitando riscos, otimizando resultados e garantindo tranquilidade fiscal.
Conte com a Gennesys para estruturar, proteger e avançar. Porque a origem do avanço está em cada escolha bem feita.