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20/01/2023

ENTENDA O QUE É ESG E A SUA RELEVÂNCIA PARA AS EMPRESAS

O QUE É ESG:

ESG é um acrônimo das palavras em inglês Environmental, Social and Governance, que se traduz para Meio Ambiente, Social e Governança. Essa sigla abarca uma política cada vez mais importante na ótica empresa, que busca integrar essas três esferas nos processos produtivos, gestão e tomada de decisão, buscando responsabilidade social, ética e ambiental.

De forma resumida, as ações da empresa são cada vez mais “postas em cheque” pela sociedade civil, organizações filantrópicas, entes estatais e supranacionais, que buscam uma integração entre a lógica corporativa e econômica, e o desenvolvimento socioambiental.

Por mais simples que pareça em sua definição, a aplicação não é tanto. No Brasil, o termo vem sendo utilizado com maior frequência, visto a importância do país nesses aspectos, principalmente nas searas ambientais e sociais, por sua extensão territorial, relevância econômica e populacional, e a maior diversidade ambiental do mundo.

ESG PARA AS EMPRESAS:

Embora se dê mais destaque a implementação de práticas ESG em grandes empresas, devido a necessidade de extensas métricas de quantificação dos impactos das ações da empresa na sociedade, o ESG veio para ser introduzida em todo e qualquer ambiente de negócio, independentemente do porte.

Os benefícios são muitos e, principalmente, mútuos. Atribui-se nessa rotina uma relação de “ganha-ganha”, onde o negócio ganha em valor ético, moral e de sustentabilidade, e em valor econômico-financeiro, por buscar ter uma ótica econômica mais transparente, respeitando as melhores práticas e buscando a perenidade do negócio, passando a ver a realidade da empresa dentro de uma ótica global, onde questões ambientais e sociais são vistas dentro de uma ótica da continuidade da sociedade.

O ESG traz análises diferenciada aos gestores, e reflexos importante. Já se perguntou, por exemplo, qual o impacto que seu negócio possui no mercado? Possivelmente sim, afinal, o direcionamento da “missão, valores e visão” deve ter uma ligação forte com este questionamento. E se alterássemos a pergunta para: O que é impactado pelo meu negócio? Inicialmente, a visão mercadológica da “coisa” nos leva a pensar tão somente na relação Empresa x Funcionário e Empresa x Cliente. O ESG surge em um grau mais abrangente, buscando entender como seu negócio pode impactar na(o):

a. Meio Ambiente: seja a partir do cuidado do lixo reciclável ao uso de materiais com baixo ou impacto nulo no meio ambiente, seja no impacto que o funcionamento do negócio está tendo na comunidade ao redor;

b. Social: na saúde e segurança dos funcionários, na preocupação com os funcionários com deficiência, na adequação e acessibilidade aos clientes, nas políticas ambientais compartilhada aos colaboradores e fornecedores;

c. Governança: No sistema organizacional da empresa com políticas preventiva, como controles internos, auditoria, compliance, condutas internas, transparência administrativa e econômico-financeira.

Cria-se, com esses aspectos, uma questão de consciência social na gestão do negócio. As práticas devem ir muito além de ações de marketing e divulgações, pois se feitas nessa ótica, cria-se o que o mercado chama de green washing, onde não são adotadas práticas ESG de fato, mas sim ações de marketing que buscam passar uma falsa impressão para a sociedade. A adoção do ESG deve estar embasada em processos pensados e estruturados em planos de ação, com indicadores, análise de desempenho e impacto, devendo ser adotado por todo o corpo operacional, tático e estratégico.

As ações vão ao encontro ao que se tem da contabilidade em relação aos atos e fatos contábeis. As ações vinculadas ao ESG passam a ser refletida na marca da empresa, devendo fazer parte de seu DNA, disseminando uma cultura de boas práticas em efeito cascata, ou seja, do planejamento da implantação das rotinas ESG à vida dos colaboradores, da comunidade, dos fornecedores e prestadores de serviço.

RETORNO PRÁTICO DO ESG

Como falamos acima, no primeiro tópico, se estabelece uma relação de “ganha-ganha”, onde a empresa irá buscar as melhores práticas sociais, ambientais e de governança dentro da sua atividade empresarial, não sendo excludente de retorno financeiro, pelo contrário.

De acordo com a empresa de serviços financeiros Refinitiv Lipper (divulgado na revista eletrônica Forbes https://forbes.com.br/forbesesg/2022/12/esg-e-uma-estrategia-de-investimento-ou-o-caminho-para-um-mundo-sustentavel/ ) os fundos focados em ESG receberam investimentos na ordem de 649 bilhões de dólares em 2021. No cenário de recessão econômica que afetou diversos países, uma pesquisa da KPMG apontou que muitas empresas devem suspender consideravelmente a implementação de processos ESG no 1T23, com a possibilidade de retomada nos próximos trimestres.

Tudo que é novo (nesse caso, em vias práticas de implantação da responsabilidade ambiental, social e de governança) é difícil. Enfrenta resistências. E, em se tratando de mercado, precisa estar em um momento próximo ao confortável para adequação. A pandemia de Covid-19 alcançou todos os extremos, sugando fortemente a capacidade de gestão das empresas, subsídios e recursos para perpetuidade do negócio, afastando assim o foco da sustentabilidade do negócio no longo prazo.

Em 2022 um dos principais temas sobre o assunto tratou a respeito do distanciamento entre o discurso e os reais impactos das práticas em questão, muito se falava sobre a ilusão das empresas estarem participando do movimento ESG, quando na verdade estariam indo rumo a um ativismos em excesso, sem um propósito relacionado ao futuro das companhias e de seus acionistas.

No entanto, é importante dizer que, na mesma pesquisa da KPMG, 70% dos CEOs globais disseram que os programas vinculados ao ESG melhoraram seu desempenho financeiro, tornando-a positiva na balança. A resistência do tema ainda deve pairar sobre os mercados, em um contexto onde o conflito entre Rússia e Ucrânia colocou em cheque o equilíbrio de todo o mercado de energia global, a temática ESG ganha uma resistência adicional. No entanto, a identificação da interferência de tais práticas nos resultados corporativos, assim como a identificação do impacto social desses elementos na sociedade, serão de extrema importância da consolidação do tema na agenda de c-levels e consequentemente no seu posicionamento como princípio aplicado e defendido por empresas e demais instituições.