Após um período de retração no mercado de fusões e aquisições (M&A), 2025 se desenha como um ano promissor para a retomada dessas atividades. Os últimos dois anos foram marcados por um declínio no volume de transações, mas a expectativa de crescimento significativo é alimentada por uma série de fatores econômicos e setoriais que apontam para um cenário mais favorável.
Cenário atual e perspectivas
Entramos em 2025 com um panorama mais otimista para o mercado de fusões e aquisições. De acordo com dados da Redirection International, 2024 fechou com um volume de transações semelhante ao de 2023, com 1.499 operações realizadas. Embora 2024 tenha sido um ano de transição, 2025 promete uma recuperação robusta, impulsionada por um cenário econômico mais estável e maior confiança dos investidores.
Dados e tendências de mercado
Os números do levantamento realizado pelo portal Fusões & Aquisições indicam que, ao longo de 2024, foram registradas 1.463 transações, uma leve queda de 0,5% em relação a 2023. No entanto, o valor total das operações cresceu 21,6%, alcançando R$ 275,4 bilhões. As operações de médio e grande porte foram os principais impulsionadores desse crescimento, com aumentos de 10,1% e 22,6%, respectivamente. Por outro lado, o segmento de pequenas empresas sofreu uma retração de 5%.
Setores como imobiliário, petróleo e gás, shopping centers, publicidade e tecnologia da informação tiveram um desempenho positivo ao longo do ano passado. Em contrapartida, áreas como saúde, transportes e indústria química enfrentaram quedas mais acentuadas. Esses resultados mostram uma tendência de reconfiguração setorial, com maior foco em segmentos estratégicos e de crescimento acelerado.
Reorganização corporativa no Brasil
A reestruturação corporativa continua sendo um fator chave para o mercado de M&A no Brasil. Em 2024, muitas multinacionais revisaram seus portfólios e optaram por desinvestimentos, vendendo ativos que não apresentavam crescimento expressivo. Esse movimento foi impulsionado por um cenário de juros elevados e necessidade de focar em operações principais. A venda do Outback Brasil pela Bloomin’ Brands e a decisão da Basf de negociar a marca Suvinil são exemplos desse processo.
Empresas brasileiras também adotaram essa estratégia, com destaque para companhias em recuperação judicial ou extrajudicial, que buscaram liquidez por meio da venda de ativos. O caso da Oi e da InterCement ilustra bem essa dinâmica, com ambas se desfazendo de negócios para honrar compromissos financeiros.
Setores promissores para 2025
Em 2025, espera-se que setores como mídia digital, educação premium, biotecnologia, alimentos e saneamento liderem o crescimento nas atividades de M&A. A combinação de estabilidade econômica e redução gradual nas taxas de juros internacionais cria um ambiente propício para investimentos e amplia o interesse das empresas por fusões e aquisições como forma de expansão.
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